domingo, 19 de setembro de 2010

A CRISE ECONÔMICA DE 1929: a grande depressão


A Primeira Guerra Mundial assinala a crise do capitalismo liberal ou concorrencial, que se aprofunda com a grande crise de 1929 e vai culminar na Segunda Guerra Mundial.

Os EUA são os principais beneficiários da Primeira Guerra, ganhando projeção mundial. Depois da Primeira Guerra, toda a Europa, com exceção da União Soviética, devia para os Estados Unidos. Para que os países como a França, a Inglaterra e Itália pagarem essas dívidas, precisavam pressionar a Alemanha para que lhes pagasse as indenizações de guerra.

A revolução socialista se aprofunda na Rússia, criando a União Soviética e um novo sistema econômico, que não se baseava no lucro, o socialismo.

Na Alemanha, Itália, Espanha e Portugal o totalitarismo se instala; na França e na Inglaterra, as democracias liberais enfrentam intensos dilemas devido às interferências do capitalismo monopolista, das ideologias nazifascistas e dos avanços socialistas e trabalhistas.



SUPERPRODUÇÃO: sinônimo de crise

O sistema capitalista ao longo de sua existência, tem passado por constantes crises provocadas pela superprodução; essa foi uma delas e a mais aguda. Mas o que leva essas crises a acontecerem?

No sistema capitalista, as coisas são produzidas visando primeiro o lucro e depois a necessidade do consumidor.

Portanto, produzem-se mercadorias que dão lucros. Os salários não sobem na mesma proporção que a produção. Isso faz chegar um momento em que não se tem dinheiro para comprar os produtos. Conseqüentemente, os preços começam a baixar, baixar, não adiantando nada, pois a pessoas não têm dinheiro nem para comprar barato. As industrias fecham, os operários são despedidos. Mais gente sem poder comprar, e a crise aumenta.


Apesar da grande prosperidade do pós-guerra, a riqueza não foi distribuída para toda a sociedade norte-americana, ficando concentrada nas mãos de uma minoria.

O crescimento desordenado, a superprodução, o desemprego, o descompasso entre agricultura e indústria e a incontrolada expansão da rede bancária e a especulação desenfreada no mercado de ações levam ao rodamoinho econômico-financeiro, que teve como resultado a queda da Bolsa de Nova York.


O CRASH DA BOLSA DE NOVA YORK

As ações das grandes companhias começaram a baixar até não valerem absolutamente nada na Bolsa de Valores. Na quinta feira (a Quinta-Feira Negra) do dia 24 de outubro de 1929, a Bolsa de Valores de Nova Iorque quebrou, isto é, ninguém conseguia mais vender as ações.



“... Bilhões de dólares de lucros e lucros de papel , tinha desaparecido. O merceeiro , a auxiliar de limpeza e costureira tinham perdido o seu capital. Em cada cidade, haviam famílias que tinham despencado bruscamente da riqueza ostensiva para dívidas. Os investidores que havia sonhado em se aposentar para viverem desfrutando de suas fortunas agora viram-se para trás e se viram mais uma vez, no início da longa estrada que levava até a riqueza. Dia após dia os jornais impressos traziam notícias desagradáveis relatando suicídios. ( Texto adaptado. ALLEN, Frederick- Lewis. Only Yesterday: An Informal History of the 1920's. p.11. 1933 in http://xroads.virginia.edu/~Hyper/Allen/Cover.html)

A quebra da Bolsa levou muitos bancos à falência. O preço dos produtos agrícolas foi baixando cada vez mais, fazendo granjeiros e fazendeiros irem à falência. As grandes industrias começaram a diminuir a produção e as médias e pequenas industrias faliam.




No campo, os pequenos fazendeiros ficaram arruinados, perderam suas terras para os bancos; nas cidades, os poucos operários que conseguiram manter seus empregos, tiveram que ficar com seus salários congelados por vários anos.



Aos poucos, os Estados Unidos tinham mais gente desempregada do que empregada.


A fome era uma constante em qualquer casa de operário ou pequeno agricultor.

Os efeitos da crise de 29

A crise de 29 foi ampla e universal, pois a economia capitalista estava em alto grau de interdependência,acabou atingindo a todos os países capitalistas. Foi produto de uma crise industrial, financeira e agrária e teve uma duração “anormal”, pois se o “ciclo infernal” durou até 1933, seus efeitos se fizeram sentir até às vésperas da Segunda Guerra Mundial.

Diante dessa crise, as nações capitalistas buscam soluções: nazifascismo se instala na Alemanha, Itália, Espanha e Portugal; na França e na Inglaterra, as democracias liberais enfrentam intensos dilemas devido às interferências do capitalismo monopolista, das ideologias nazifascistas e dos avanços socialistas e trabalhistas. Nos Estados Unidos F.D. Roosevelt busca com o New Deal recuperar a economia.

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